O plenário da Câmara dos
Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto que acaba com o
pagamento de 14º e 15º salário a parlamentares. O projeto não precisa de
sanção presidencial e entrará em vigor imediatamente. A votação foi
simbólica, não nominal, e houve unanimidade.
Durante a votação, o painel eletrônico registrou a presença de 476 deputados.
Atualmente, os parlamentares recebem 15 salários, cada um de R$ 26,7
mil, por ano. Os dois pagamentos a mais são feitos em fevereiro e em
dezembro de cada ano, a título de ajuda de custo. O depósito de
fevereiro de 2013 já foi feito.
O projeto de decreto legislativo, de autoria da ex-senadora e atual
ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi aprovado há cerca
de nove meses no plenário do Senado. Ao extinguir os salários extras, o
projeto prevê que os parlamentares ainda continuem recebendo dois
salários a mais, um no início e outro no final do mandato. Ou seja, para
os deputados, a cada quatro anos; para os senadores, a cada oito anos.
O texto tramitava na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara desde
maio, mas um acordo entre os líderes partidários permitiu caráter de
urgência na votação.
A colocação do assunto em pauta é uma tentativa do presidente da Casa,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de melhorar a imagem da Câmara dos
Deputados diante da opinião pública. "Parabéns a este plenário, que
resgata a altivez dessa Casa", declarou após a aprovação.
"Como trabalhadores que somos, não merecemos nenhum direito a mais",
disse a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), líder da bancada comunista.
"Esta tarde é uma tarde histórica", declarou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). "Esse dinheiro não nos pertence."
Como era de se esperar, nenhum deputado subiu à tribuna para defender a permanência do benefício.
A extinção do pagamento do 14º e do 15º trará economia de R$ 27,4
milhões anuais à Câmara e de R$ 4,32 milhões ao Senado, totalizando R$
31,7 milhões. De acordo com a assessoria da Câmara, apenas 30 dos 513
deputados abriram mão voluntariamente do benefício.
O subsídio pago aos parlamentares teve origem quando a capital da
República federal ainda era o Rio de Janeiro. A ajuda de custo era
justificada pela necessidade de os parlamentares terem de se mudar, com
suas famílias, para a capital, no início e no final de cada ano, na
época em que o recesso parlamentar de fim de ano era de 16 de dezembro a
14 de fevereiro.
UOL
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