O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) decidirá nesta quinta-feira (3) sobre o registro do partido Rede
Sustentabilidade, que a ex-senadora Marina Silva pretende criar para
participar das eleições de 2014. Será a última sessão do tribunal antes
do prazo final para a criação de partidos, no dia 5 de outubro.
Caso o partido seja aprovado pelo plenário do tribunal, poderá concorrer
no ano que vem. Se o tribunal entender que não foi comprovado o apoio
mínimo necessário para a criação da legenda, dará mais prazo para que as
assinaturas sejam certificadas pelos cartórios eleitorais e juntadas ao
processo.
Nesse caso, o partido não teria mais condições de concorrer em 2014.
Marina ainda poderia se filiar a um outro partido até sábado caso queira
participar da disputa presidencial - segundo a última pesquisa Ibope,
Marina estava em segundo lugar nas intenções de voto.
Parecer enviado pelo Ministério Público Eleitoral foi contrário à
criação do partido. Segundo o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio
Aragão, o partido de Marina tem 442 mil assinaturas de apoio, mas a lei
exige 492 mil - equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados
federais nas últimas eleições. Faltam, segundo o MP, 50 mil assinaturas.
A ex-senadora pede que o TSE valide 95 mil assinaturas rejeitadas pelos
cartórios - com isso teria mais que o mínimo necessário. O
vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, opinou contra a criação
da Rede por ausência do apoio mínimo necessário, mas destacou que com
"certo pesar".
"Há que ser registrado certo pesar pela não obtenção dos apoiamentos
necessários à criação da agremiação em questão. O presente registro de
partido político, ao contrário de outros recentemente apresentados a
essa Corte, não contém qualquer indício de fraude, tendo sido um
procedimento, pelo que se constata dos autos, marcado pela lisura",
destacou o procurador. Há duas semanas, foram aprovados os registros do
Partido Republicado da Ordem Social (Pros) e do Solidariedade, do
deputado Paulo Pereira da Silva.
O julgamento nesta quinta começará com o voto da relatora, ministra
Laurita Vaz. Depois votarão os ministros João Otávio Noronha, Henrique
Neves, Luciana Lóssio, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Cármen
Lúcia, presidente do TSE. Para Marina obter o registro, precisa de pelo
menos quatro votos favoráveis.
Na quarta (2), o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que a própria
ex-senadora Marina Silva sabe que está "um pouco difícil" a aprovação do
registro do partido, já que a lei exige a confirmação do apoio mínimo
necessário.
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