quarta-feira, 13 de março de 2013

INÉDITO: Novo papa é argentino; Chama-se Francisco I; Irmão de Cardeal brasileiro aprova a escolha e diz que a igreja será renovada




Assim que o novo papa foi escolhido, o professor aposentado Flávio Scherer, 67, irmão de dom Odilo e porta-voz informal da família, demonstrou satisfação com a escolha e refutou qualquer decepção por não ver o irmão alçado ao comando da igreja católica. "Mudou o eixo, acabou o eurocentrismo. Vai mudar muito, foi uma escolha marcante", disse o professor aposentado Flávio Scherer, 67, irmão de dom Odilo e porta-voz informal da família.

"Ele não estava em evidência [entre os cotados para suceder o papa emérito Bento 16]. E também pela idade. Ele tem 76 anos. Esperava-se um papa mais jovem, com mais tempo de governo, para não termos a cada período curto uma nova eleição", disse.

"Acredito que o novo papa irá traduzir a expectativa de que se ouçam mais os povos que foram colonizados, novas visões de mundo, bem como representar a expansão do catolicismo na América, África e Ásia. Teremos [em Roma] um vizinho que vive os mesmos problemas que nós, que passou pelos mesmos traumas da ditadura militar. Isso é muito importante", falou Flávio.

"[A escolha de Bergoglio] Não é decepção, de forma nenhuma. A participação de nosso irmão [no conclave] foi significativa. Dom Odilo será um grande assessor do papa, como cardeal e arcebispo de SP", disse.

O papa que vai suceder Bento XVI foi eleito nesta quarta-feira (13). Escolhido na quinta votação do Conclave, o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, é o primeiro papa latino-americano.

Bergoglio escolheu se chamar Papa Francisco I.

Perfil

Filho de italianos, o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, passou a maior parte de sua vida pastoral em seu país natal. É formado em farmácia e ensinou literatura, filosofia, psicologia e teologia antes de se tornar arcebispo de Buenos Aires em 1998. Tornou-se cardeal em 2001, quando o país vivia o caos na economia.

Com a ação concentrada na promoção social, Bergoglio também se focou nos esforços para restabelecer a reputação de uma Igreja que perdeu muitos fiéis na ditadura.

Na época, os religiosos sofriam críticas por não desafiarem abertamente um regime que matou e torturou milhares de argentinos.

Tornou-se uma voz respeitada, mas que não encontrou muita ressonância nos governos do casal Kirchner. A Argentina se tornou o primeiro país latino-americano a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bergoglio foi duramente criticado por Cristina Kirchner quando disse que crianças adotadas por casais gays eram discriminadas. A presidente comparou os discurso dele aos dos tempos medievais e da inquisição.

Humilde, vive sem ostentação, cozinha as próprias refeições e usa o transporte público. Rumo ao Vaticano, Bergoglio agora vai sofrer a mais radical das mudanças e terá que adaptar seu jeito simples de ser à pompa e formalidade que cercam o chefe da Igreja.

Da redação com Terra

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