sexta-feira, 22 de março de 2013

DILEMA: parlamentar esbarra no próprio discurso e acaba perdendo espaços que põem em xeque reeleição na ALPB

Depois de alcançar por diversas vezes o posto de melhor deputado da Assembleia Legislativa da Paraíba, inclusive eleito pela imprensa paraibana como um dos mais atuantes do parlamento, senão o mais atuante, o deputado Gervásio Maia, do PMDB, agora vive literalmente uma ‘maré de azar’ após perder espaços e postos importantes, tanto na esfera política quanto na esfera partidária da Paraíba.


Defensor da rotatividade de comandos, seja no âmbito paridário, seja no âmbito parlamentar, a fim de beneficiar todos os integrantes da legenda e não apenas um grupo, o parlamentar partiu para ação e saiu em defesa das mudanças, mas a decisão acabou rendendo alguns dividendos.


O primeiro ‘baque’ do parlamentar aconteceu no âmbito do PMDB Estadual, quando resolveu integrar a chapa encabeçada pelo ex-senador Wilson Santiago para a eleição do novo diretório do partido na Paraíba.

A chapa excluía o ex-governador José Maranhão e contemplava, além de Santiago e Maia, também o deputado Manoel Júnior, e os vereadores Ronivon Mangueira e Fernando Milanez entre outros. Na ocasião, todos se posicionavam favoráveis à rotatividade do comando do partido entre os filiados da legenda e não apenas o monopólio do comando do partido apenas a um grupo.

A estratégia, contudo, não surtiu efeito. José Maranhão entrou em ação, lançou outra chapa e recorreu à cúpula nacional para conseguir o consenso em torno de uma chapa única, mesclando postulantes de ambas às chapas. Foi aí então que Gervásio Maia perdeu seu primeiro espaço.

O parlamentar que era Secretário do partido perdeu o espaço para o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo. Indignado, Maia reclamou, recebeu convite para integrar funções de menos destaque, como prêmio de consolação, mas decidiu rejeitá-las.

Para que o ‘clima’ entre Gervasio Maia e o PMDB não tivesse efeitos desastrosos, a direção estadual do partido, através do ex-governador José Maranhão teria se comprometido a deixar nas mãos do parlamentar a presidência da sigla no âmbito da cidade de João Pessoa, Capital do Estado. Tal ‘proposta’ agradou, mas foi aí que o segundo ‘baque’ aconteceu.

No início deste ano o ex-governador José Maranhão desmentiu o deputado Gervásio Maia e afirmou que nunca havia feito nenhum acordo para emplacar o deputado na presidência do partido em João Pessoa. Maranhão deixou claro que existiam outros nomes e que Gervasinho era um dos que poderia ser e não o que seria o presidente da legenda. A suposta marcha à ré de José Maranhão indignou ainda mais o deputado, que chegou a externar na imprensa a insatisfação com os rumos do partido.

Vale lembrar que essa não teria sido a primeira vez que Maranhão decepcionou Gervasio Maia. Em um ‘entrevero partidário’ protagonizado pelos deputados Gervásio Maia e Márcio Roberto no município de São Bento, o ‘mestre de obras’ optou por permanecer do lado de Márcio Roberto em vez de defender as alegações de Maia e esse também foi um dos baques sofridos pelo parlamentar nesta legislatura.

O quarto ‘baque’ de Gervásio é um dos mais recentes. O parlamentar perdeu para o deputado petista Anísio Maia a liderança da bancada de Oposição no legislativo estadual e para o deputado Raniery Paulino a liderança da bancada do PMDB.

Já o quinto ‘baque’ de Gervásio Maia foi registrado esta semana, quando Maia foi informado que não seria reconduzido à presidência da Comissão de Orçamento na Assembleia Legislativa da Paraíba, a segunda mais importante do parlamento estadual.

Quem assumiu o posto foi o peemedebista Raniery Paulino, todavia. Neste caso, o parlamentar não se manifestou em contrário para não ter que esbarrar no próprio discurso que era ser favorável a rotatividade de comandos, tanto no âmbito político, quanto no partidário.

Durante toda esta semana Gervásio não foi visto no plenário da Casa e tampouco nos corredores da Assembleia para comentar as perdas de espaço e quais seriam as atitudes que deverá tomar para tentar reverter o processo de ‘fritura’ do qual está sendo vítima.

Em seu terceiro mandato de deputado, essa é a primeira vez que o projeto de reeleição de Gervásio Maia pode ser posto em xeque, já que vem sendo tratado como ‘um estranho no ninho’ pelos próprios correligionários.

MUDANÇA

‘Maltratado’ pelo PMDB, o parlamentar ainda tem como opção a possibilidade de mudar de legenda e escolher uma nova casa partidária para se abrigar e disputar o pleito de 2014, porém, corre o risco de sofrer um sexto ‘baque’, uma espécie de golpe de misericórdia, e acabar enfrentando um processo do PMDB ou dos suplentes do PMDB reivindicando o mandato na Assembleia.

A alegação seria infidelidade partidária, visto que a legislação eleitoral preconiza que o mandato é do partido e não do parlamentar.


Márcia Dias

PB Agora

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