Depois de alcançar por diversas vezes o posto de melhor deputado
da Assembleia Legislativa da Paraíba, inclusive eleito pela imprensa
paraibana como um dos mais atuantes do parlamento, senão o mais atuante,
o deputado Gervásio Maia, do PMDB, agora vive literalmente uma ‘maré de
azar’ após perder espaços e postos importantes, tanto na esfera
política quanto na esfera partidária da Paraíba.
Defensor da rotatividade de comandos, seja no âmbito paridário, seja no âmbito parlamentar, a fim de beneficiar todos os integrantes da legenda e não apenas um grupo, o parlamentar partiu para ação e saiu em defesa das mudanças, mas a decisão acabou rendendo alguns dividendos.
O primeiro ‘baque’ do parlamentar aconteceu no âmbito do PMDB Estadual,
quando resolveu integrar a chapa encabeçada pelo ex-senador Wilson
Santiago para a eleição do novo diretório do partido na Paraíba.
A chapa excluía o ex-governador José Maranhão e contemplava, além de Santiago e Maia, também o deputado Manoel Júnior, e os vereadores
Ronivon Mangueira e Fernando Milanez entre outros. Na ocasião, todos se
posicionavam favoráveis à rotatividade do comando do partido entre os
filiados da legenda e não apenas o monopólio do comando do partido
apenas a um grupo.
A estratégia, contudo, não surtiu efeito. José Maranhão entrou em ação,
lançou outra chapa e recorreu à cúpula nacional para conseguir o
consenso em torno de uma chapa única, mesclando postulantes de ambas às
chapas. Foi aí então que Gervásio Maia perdeu seu primeiro espaço.
O parlamentar que era Secretário do partido perdeu o espaço para o
ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo. Indignado, Maia
reclamou, recebeu convite para integrar funções de menos destaque, como
prêmio de consolação, mas decidiu rejeitá-las.
Para que o ‘clima’ entre Gervasio Maia e o PMDB não tivesse efeitos
desastrosos, a direção estadual do partido, através do ex-governador
José Maranhão teria se comprometido a deixar nas mãos do parlamentar a
presidência da sigla no âmbito da cidade de João Pessoa, Capital do
Estado. Tal ‘proposta’ agradou, mas foi aí que o segundo ‘baque’
aconteceu.
No início deste ano o ex-governador José Maranhão desmentiu o deputado
Gervásio Maia e afirmou que nunca havia feito nenhum acordo para
emplacar o deputado na presidência do partido em João Pessoa. Maranhão
deixou claro que existiam outros nomes e que Gervasinho era um dos que
poderia ser e não o que seria o presidente da legenda. A suposta marcha à
ré de José Maranhão indignou ainda mais o deputado, que chegou a
externar na imprensa a insatisfação com os rumos do partido.
Vale lembrar que essa não teria sido a primeira vez que
Maranhão decepcionou Gervasio Maia. Em um ‘entrevero partidário’
protagonizado pelos deputados Gervásio Maia e Márcio Roberto no
município de São Bento, o ‘mestre de obras’ optou por permanecer do lado
de Márcio Roberto em vez de defender as alegações de Maia e esse também
foi um dos baques sofridos pelo parlamentar nesta legislatura.
O quarto ‘baque’ de Gervásio é um dos mais recentes. O parlamentar
perdeu para o deputado petista Anísio Maia a liderança da bancada de
Oposição no legislativo estadual e para o deputado Raniery Paulino a
liderança da bancada do PMDB.
Já o quinto ‘baque’ de Gervásio Maia foi registrado esta semana, quando
Maia foi informado que não seria reconduzido à presidência da Comissão
de Orçamento na Assembleia Legislativa da Paraíba, a segunda mais
importante do parlamento estadual.
Quem assumiu o posto foi o peemedebista Raniery Paulino, todavia. Neste
caso, o parlamentar não se manifestou em contrário para não ter que
esbarrar no próprio discurso que era ser favorável a rotatividade de
comandos, tanto no âmbito político, quanto no partidário.
Durante toda esta semana Gervásio não foi visto no plenário da Casa e
tampouco nos corredores da Assembleia para comentar as perdas de espaço e
quais seriam as atitudes que deverá tomar para tentar reverter o
processo de ‘fritura’ do qual está sendo vítima.
Em seu terceiro mandato de deputado, essa é a primeira vez que o projeto
de reeleição de Gervásio Maia pode ser posto em xeque, já que vem sendo
tratado como ‘um estranho no ninho’ pelos próprios correligionários.
MUDANÇA
‘Maltratado’ pelo PMDB, o parlamentar ainda tem como opção a
possibilidade de mudar de legenda e escolher uma nova casa partidária
para se abrigar e disputar o pleito de 2014, porém, corre o risco de
sofrer um sexto ‘baque’, uma espécie de golpe de misericórdia, e acabar
enfrentando um processo do PMDB ou dos suplentes do PMDB reivindicando o
mandato na Assembleia.
A alegação seria infidelidade partidária, visto que a legislação
eleitoral preconiza que o mandato é do partido e não do parlamentar.
Márcia Dias
PB Agora
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