domingo, 22 de dezembro de 2013

Ação de indenização milionária impetrada por família de Paulista que perdeu filho depois de ser atendido por falso médico poderá ser julgada em abril de 2014




Uma ação de indenização milionária, movida pelo casal Paulistense Antônio Alves Monteiro e Solange Gomes da Silva, no valor de R$ 373, 200.00 (Trezentos e setenta e três mil e duzentos reais), o equivalente a 550 salários mínimos, movida contra o Município de Paulista e o Estado da Paraíba, poderá ser julgada no dia 15 de abril do próximo ano de 2014 na Comarca de Paulista.

O casal entrou com a ação de indenização contra o Município e o Estado da Paraíba, em face da morte do seu filho Artêmio Gomes Monteiro de 11 anos que veio a óbito em agosto de 2010 depois de ser atendido por dois falsos médicos que trabalhavam no Hospital Municipal Emerentina Dantas em Paulista e depois foi encaminhado para outros hospitais do Estado.

Entenda o Caso

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Entre as denúncias de crimes cometidos pelos falsos médicos, destaca-se a morte do estudante Artêmio Gomes Monteiro, 11, que morreu no mês de agosto de 2010. Na época, o menino foi atendido no hospital de Paulista, pelo estudante Caio Brucy. A criança se queixava de uma dor no quadril, que teria sido provocada por uma bolada.


O falso médico aplicou uma dosagem injetável de um medicamento, que seria supostamente Voltarem e poucos minutos depois, o estado de saúde do garoto se agravou. “O que era uma dor no quadril ficou pior, o menino começou a inchar, ficar roxo e mesmo assim, mandaram ele pra casa. Quando ele chegou, passou a dar crises e tivemos que levá-lo de volta para o hospital em estado grave”, contou Solange Gomes, mãe da vítima.

Solange relatou que ao chegar ao hospital de Paulista, o estudante Caio Brucy já tinha se ausentado e outro falso médico havia assumido o plantão. Ao ver o estado de saúde do menino, o falsário se negou a prestar atendimento. “Quando ele viu que o menino estava muito mal, percebeu que tinha sido culpa do colega dele e ai disse que nem ia atender ele, nem tampouco se responsabilizar em encaminhar para outro hospital. Desesperada, a tia dele por conta própria levou para o Regional de Pombal, onde ele não resistiu e morreu”, emocionou-se a mãe.

Solange contou que o corpo do filho foi encaminhado para o Departamento de Medicina Legal de João Pessoa, para que fosse feito o exame cadavérico, mas que houve negligência no atendimento. Segundo a mãe, o corpo do garoto ficou a noite toda no DML e somente no dia seguinte foi liberado, sem a realização do exame que provaria a causa da morte. “Eles devolverão o corpo do meu filho no outro dia e no documento de óbito não diz nada sobre o motivo da morte dele. A única informação que temos é que o corpo estava em estado avançado de decomposição e por isso, não era possível saber do que ele morreu. Se em um dia o corpo do menino já estava em decomposição, isso só reforça que ele morreu vítima do remédio que o médico falso deu”, lamentou Solange.

Recentemente o Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB), julgou procedente uma denúncia oferecida pela Câmara Municipal de Paulista contra o prefeito do Município, Severino Pereira Dantas, em razão da contratação dos referidos falsos médicos que atuaram no Município de Paulista nos anos de 2009, 2010 e 2011, ao gestor foi imputado o débito de 99 mil reais e ainda multas de 49 mil, equivalente a 50% do valor do débito.

Todos os seis estudantes de medicina que atuaram como se fossem médicos em Paulista, também foram condenados a devolverem os valores recebidos de forma ilegal pelo Município.

ASCOM com Jornal da Paraíba

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