terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

EM PAULISTA-PB: Dinheiro gasto com nepotismo na prefeitura daria para construir 50 Casas Populares em dois anos


O valor gasto, na Prefeitura Municipal de Paulista, no sertão do estado, com parentes do Prefeito, do Vice-prefeito e de Secretários Municipais, daria para construir 50 Casas Populares em um período de dois anos.

O cálculo foi feito com base em dados fornecidos pelo proprietário de uma Empresa de Construção Civil, responsável pela construção de 43 Casas Populares no município, o Sr. Francisco das Chagas Nóbrega (Chagas da Emater).

Chagas informou que o custo básico para se fazer uma Casa Popular de 02 quartos é de R$ 16.203,00 (dezesseis mil, duzentos e três reais) e, conforme levantamento da Câmara Municipal, durante um ano, as despesas com a contratação de parentes na prefeitura chega à cifra de 400.000,00 (quatrocentos mil reais), o que resultaria no valor de 800.000,00 (oitocentos mil reais), nos dois anos em que o atual prefeito está à frente da gestão. Dividindo-se este valor pelo custo da residência, daria para se construir em torno de 50 Casas Populares.

O hábito de contratar parentes na prefeitura foi constatado pela Procuradoria de Justiça da Paraíba, depois de denúncia feita em 2009, por vereadores da bancada oposicionista do município, que ofereceram denúncia à Comissão de Combate à Improbidade Administrativa, na capital do estado. 

Após as denúncias, em outubro de 2010, O Ministério Público, representado pelo promotor Túlio César Fernandes Neves, da Comarca de Paulista, enviou recomendação ao prefeito de Paulista, Severino Pereira Dantas (PTB), para que o gestor exonerasse, imediatamente, todos os seus parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, bem como do vice-prefeito, que estivesse exercendo serviço comissionado ou prestando serviço de forma precária, sem Concurso Público, na Prefeitura Municipal de Paulista, que não fossem do 1º escalão da Administração Municipal.

Segundo o prefeito Severino Pereira Dantas, em entrevista na Rádio São Bento FM, na manhã de segunda-feira (07/02), a determinação só foi cumprida no final de dezembro, depois de uma conversa que ele teve com promotor local para esticar um pouco mais o prazo estabelecido pelo Ministério Público.

O prefeito comunicou, ainda, que vai acionar a Assessoria Jurídica da prefeitura para informar oficialmente a decisão tanto à Câmara Municipal como ao Ministério Público.

Texto: Leomarque Pereira, foto:reprodução internet.

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