O juiz Wolfram Cunha Ramos decretou no final da tarde desta
terça-feira (9) a prisão preventiva do assassino confesso da estudante
Fernanda Ellen, Jeferson Luiz de Oliveira. Por causa do horário em que o
decreto de prisão foi assinado, o acusado, que está preso na sede do
Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE), será levado para a
Central de Polícia, onde passará a noite. Na quarta (10), ele será
levado para o Presídio Flósculo da Nóbrega (Róger), onde aguardará
julgamento. O decreto de prisão atirbui a Jeferson os crimes de
latrocínio e ocultação de cadáver.
Á polícia, o acusado
disse que estrangulou a estudante Fernanda Ellen de 11 anos, depois que
ela se recusou a lhe dar R$ 20 reais para comprar pedras de crack.
Segundo
relatos do acusado, ele resolveu matá-la para ficar com o aparelho
celular, vendê-lo e trocá-lo pela droga e nega que tenha cometido
qualquer tipo de estupro, apesar disso, a polícia não descarta essa
hipótese e aguarda o resultado da perícia médica do Instituto de Polícia
Científica (IPC), que deve sair em até 10 dias.
Depois de
estrangular a criança, ele teria colocado o corpo de Fernanda embaixo da
cama de casal onde dormia e só o enterrou no quintal na madrugada do
dia seguinte.
Estes foram os detalhes mais chocantes do crime
relatados na entrevista coletiva concedida pelo delegado adjunto do
Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (Goe), Aldrovilli Grisi,
junto com o secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social,
Cláudio Lima e o comandante geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel
Euller Chaves, na Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba
(Espepe), em Mangabeira, zona Sul da Capital, na manhã desta terça-feira
(9).
As autoridades informam que ele está à disposição da
secretaria estadual de segurança orque ainda será ouvido sobre outros
crimes que tenha cometido no passado, como um provável estupro contra
uma estudante universitária, em 2010.
Jeferson Luiz morava há três
anos no endereço onde cometeu o crime, no Alto do Mateus, zona Oeste de
João Pessoa, e é pai de duas filhas, uma de 3 outra de 8 anos.
Fim do mistério
Três
meses e um dia depois do desaparecimento da estudante Fernanda Ellen
(11), a Polícia anunciou que conseguiu desvendar o caso. O desfecho foi
surpreendente. Segundo as autoridades, Jeferson Luiz de Oliveira (25)
confessou o crime e está preso.
De acordo com o o delegado adjunto
do Grupo de Operações Táticas na Paraíba (GOE), Aldrovilli Grisi, em
março, as autoridades conseguiram rastrear e encontrar o telefone de
Fernanda Ellen com uma garota de programa que confessou ter trocado o
aparelho por pedras de crack, na rua da Areia (centro da Capital, numa
área onde ficam casas de prostituição); essas drogas também foram
consumidas pelo acusado. Na época, ela fez um retrato falado do
suspeito.
Aldrovilli revelou que a prostituta não é traficante,
não fez sexo com Jeferson e agora está recebendo apoio da Secretaria
Estadual de Saúde para tratamento contra o vício, por ser considerada
apenas como usuária de entorpecentes.
O acusado se fez de amigo da família
Familiares
da estudante Fernanda Ellen e um policial militar se pronunciaram na
manhã desta terça-feira (9), sobre a morte da garota e revelaram que o
acusado pelo crime Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos, esteve no mesmo
dia do desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e
"saber" o que estava ocorrendo.
Conforme o caminhoneiro Fábio
Júnior, que é pai da garota, o acusado se juntou ao mutirão organizado
pelos amigos e a família na tentativa de encontrar a estudante com vida.
“Ele foi panfletar nas ruas conosco e ainda participou de um culto que
fizemos. Jamais pensávamos que ele seria capaz de fazer essa
atrocidade”.
Foto: Local onde o corpo foi encontrado
Créditos: Internet
Créditos: Internet
Fernanda
Ellen despareceu no dia 7 de janeiro. Ela retornava da escola a poucos
metros de sua casa, repetindo um trajeto dirário que fazia a pé. A
estudante tinha ido ao colégio pegar suas notas finais do ano passado.
Várias
frentes de investigação foram levadas em consideração. Na semana
passada, a CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal esteve em João
Pessoa. Os familiares chegaram a pedir o ingresso da Polícia Federal no
caso. O deputado federal paraibano Major Fábio (DEM), integrante da CPI,
declarou que não descartava que Fernanda Ellen teria sido vítima do
tráfico de pessoas.
No entanto, a Polícia Civil e a Polícia
Militar atuavam em outra vertente. Já tinham em mãos o celular
encontrado com a garota de programa, que estava detida para
averiguações. A partir de um retrato falado feito com as descrições da
prostituta, que atuava na rua da Areia, cidade baixa de João Pessoa, os
familiares confirmaram as semelhanças com a foto de Jeferson Luiz.
Por
volta das 17h30 da última segunda-feira (8), a garota de programa foi
até o bairro Alto do Mateus e reconheceu o suspeito como responsável por
tê-la entregado o aparelho celular da vítima desaparecida.
Após
abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou fugir pulando o muro,
mas foi perseguido até ser detido pelos policiais. Já preso, confessou
que matou Fernanda Ellen no mesmo dia em que a estudante desapareceu e
teria enterrado o corpo no dia seguinte.
A notícia da prisão de
Jeferson Luiz se espalhou pelo bairro do Alto do Mateus. Cerca de mil
pessoas foram para frente da casa do suspeito e ameçaram linchá-lo e
depedrar a casa dele. A rua foi interditada com a chegada de reforço
policial; o próprio suspeito indicou o local onde teria enterrado a
menina.
Peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) foram
chamados à residência; escavaram e encontraram um corpo em avançado
estado de decomposição. O comandante da Polícia Militar, Euller Chaves,
disse não ter dúvidas de que trata-se de Fernanda Ellen, pelas
características inciais do corpo e pela confissão do vizinho da
estudante.
O IPC fará exame de DNA nos restos mortais.
Mobilizações
Familiares
e amigos realizaram na noite da última sexta-feira (5), um protesto por
respostas do desaparecimento de Fernanda Ellen e pelo fim da violência.
O grupo percorreu a orla marítima de Tambaú à Cabo Branco, em João
Pessoa. No mesmo dia, ocorreu a audiência para discutir o caso na
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na
Assembleia Legislativa, na Capital.
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