sábado, 29 de maio de 2010

Investigações sobre servidores fantasmas chega ao gabinete de Efraim Filho

Investigações sobre servidores fantasmas chega ao gabinete de Efraim Filho A investigação da Polícia Legislativa do Senado Federal chegou agora ao gabinete do deputado federal paraibano Efraim Filho (DEM). Segundo a edição deste sábado (29) do Correio Braziliense, a secretária parlamentar Valéria Crysthina Lacerda de Vasconcelos, lotada no gabinete de Efraim Filho desde março de 2009, atendeu a pedido do pai de Mônica da Conceição Bicalho, o ex-motorista do senador Efraim conhecido como “Bicalho”, e pediu que seu marido, o pediatra Felipe Lacerda de Vasconcelos, fizesse o exame admissional de Kelriany Nascimento da Silva, 32 anos, funcionária fantasma do Senado.

De acordo com as investigações, tornadas públicas pelo jornal, o médico fez o exame admissional das servidoras contratadas irregularmente sem a guia de encaminhamento do RH do Senado. O deputado Efraim Filho afirmou ao Correio que não tem ligação com a história, apesar de Valéria ser lotada em seu gabinete. “Da minha parte, não tenho nada a ver com isso. Uma funcionária que tem uma aproximação lá, tem um marido que é médico e teve indicação lá, de um servidor do Senado, que era servidor da Câmara.”

Veja abaixo a matéria completa do Correio Braziliense.

Um favor para os fantasmas Médico fez o exame admissional das servidoras contratadas irregularmente sem a guia de encaminhamento do RH do Senado, mas a pedido do pai da acusada de participar da fraude

Josie Jeronimo

Mais uma funcionária do Congresso é envolvida no esquema de contratação de servidores fantasmas que atinge o gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB). Desta vez, as denúncias atingem a Câmara, no gabinete do filho do senador, o deputado Efraim Filho (DEM-PB). A secretária parlamentar Valéria Crysthina Lacerda de Vasconcelos, lotada no gabinete de Efraim Filho desde março de 2009, atendeu a pedido do pai de Mônica da Conceição Bicalho, o ex-motorista do senador Efraim conhecido como “Bicalho”, e pediu que seu marido, o pediatra Felipe Lacerda de Vasconcelos, fizesse o exame admissional de Kelriany Nascimento da Silva, 32 anos, funcionária fantasma do Senado.

Os exames admissionais de Kelriany e de sua irmã Kelly Janaína Nascimento da Silva foram feitos de maneira informal, sem guia de encaminhamento do setor de Recursos Humanos do Senado e por profissionais que não atuam na medicina do trabalho. O laudo de aptidão de Kelly também foi realizado por médica que prestou “favor” à família Bicalho para viabilizar o processo de contratação das fantasmas. A cirurgiã Caroline Neiva Mendes afirmou, em depoimento à Polícia Legislativa do Senado, que é da mesma igreja que as irmãs Mônica e Kátia da Conceição Bicalho, supostas recrutadoras das estudantes que estavam na folha de pagamento do Senado sem nunca terem trabalhado na Casa. “Elas são da mesma igreja. A médica contou que tanto a Mônica quanto a Kátia fizeram um pedido a ela, para fazer o exame”, informou o diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho.

A polícia do Senado vai quebrar o sigilo bancário de Kelriany e Kelly para apurar o destino dos salários pagos durante 13 meses A funcionária do gabinete de Efraim Filho mostrou-se indignada por envolver o marido no escândalo dos servidores fantasmas, ao atender pedido do motorista do senador. Valéria afirmou que se sentiu enganada pelo pai de Mônica. “Você nunca acha que uma pessoa que trabalha com você vai te envolver em um esquema desses. As pessoas ficam sabendo que meu marido é médico e pedem favor. Foi o pai da Mônica que pediu para atender. Até pensei que fosse para a filha dele.” Valéria também trabalhou no Senado, lotada na Primeira-Secretaria, com o senador.

Depoimento

O deputado Efraim Filho afirmou que não tem ligação com a história, apesar de Valéria ser lotada em seu gabinete. “Da minha parte, não tenho nada a ver com isso. Uma funcionária que tem uma aproximação lá, tem um marido que é médico e teve indicação lá, de um servidor do Senado, que era servidor da Câmara.” Depois dos depoimentos de Mônica e Kátia, previsto para segunda-feira, o pai das supostas recrutadoras será chamado para prestar esclarecimentos à Polícia Legislativa. Ontem, os investigadores ouviram os médicos que fizeram o exame admissional das estudantes. A funcionária do gabinete de Efraim Filho também será chamada a depor. Cinco funcionários do Congresso já tiveram o nome envolvido no escândalo das fantasmas. Com o depoimento dos médicos ontem, mais dois trabalhadores são acrescentados à lista de investigação.

O diretor da Polícia do Senado informou que pedirá a quebra do sigilo bancário de Kelly e Kelriany para apurar o destino do salário pago pela Casa durante 13 meses para as supostas funcionárias fantasmas. O advogado das estudantes, Geraldo Faustino, afirmou que a quebra de sigilo é de extrema importância para comprovar que as irmãs não ficaram com o dinheiro. De acordo com Faustino, Kelly e Kelriany não tinham conta-corrente antes de serem contratadas irregularmente pelo Senado. As estudantes mantinham apenas uma poupança.

Redação com Correio Brasiliense

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