quinta-feira, 28 de abril de 2011

Negligência em Paulista-PB: Pais de vítimas acusam estudantes de medicina, secretaria de saúde e o Prefeito; Secretária de saúde diz que não teve tempo para consultar CRM


Em uma reportagem especial publicada no Jornal Correio da Paraíba do dia 24 de Abril de 2011 sobre os falsos médicos que agiram em Paulista e outras cidades da Paraíba, o repórter Daniel Motta entrevistou autoridades, secretária de saúde de paulista e familiares de supostas vítimas dos estudantes de medicina que se passava por médicos.

A reportagem do Jornal Correio ouviu os pais da agricultora Maria da Guia Ferreira da Silva, eles residem no Sítio Fechadinho, à aproximadamente 10 km da Cidade de Paulista-PB.

Bastante revoltados com a morte da filha, tanto a mãe como o pai de Maria da Guia, segundo a reportagem do Jornal Correio, acusam o falso médico pela morte da filha e culpam o prefeito e a secretária de saúde do Município.
Veja o que disse os pais de Maria da Guia ao repórter Daniel Motta do jornal Correio:

“Não tenho dúvidas que foi por causa do remédio que ele deu pra ela. Ela só tava com uma dor e de repente o remédio que seria para aliviar a dor causou a hemorragia. Ela era uma menina muito forte e trabalhadora e morreu à míngua muito nova. Tanto que a culpa é dele que nem o prontuário o médico falso quis assinar. No documento a única coisa que tem é o nome dela e mais nada. Quero justiça porque aquele assassino matou a minha filha”, lamenta a mãe.

Já o pai, Ivone Ferreira da Silva disse que vai fazer de tudo para provar que o Prefeito e a secretária de saúde de Paulista eram cúmplice dos falsos médicos, veja a fala do pai:

“Minha filha morreu e nós estamos sem mundo, porque ela era tudo em nossas vidas. Hoje nós dois velhos não temos ninguém para cuidar da gente. Vou fazer o que o que for possível para provar que o prefeito a secretária e esses médicos falsos são uma quadrilha e que se não tivessem sido descobertos, iam matar ainda mais gente com a irresponsabilidade deles”, declarou o pai de Maria da Guia, Ivone Ferreira da Silva.

Para o promotor que investiga os casos, Túlio Fernandes, se for comprovado no inquérito que o prefeito e a secretária de saúde sabiam da falsidade dos estudantes, os dois poderão perder seus cargos, por serem considerados cúmplices da ação criminosa. Ele adiantou que até o momento ainda não tem nenhuma prova concreta contra o prefeito Severino e sua filha Ísis, mas considera estranho dois gestores não terem cuidado em contratar médicos profissionais. “está sendo investigado, principalmente o prefeito porque ele deveria ter observado parâmetros como realização de concurso público, publicação de edital, mesmo que fosse para contratação temporária, coisas que foram ignoradas pelo prefeito isso é considerado muito grave”, afirmou o promotor à reportagem do Correio da Paraíba.

Já a secretária de saúde, Ísis Dantas, (Foto) que é filha do prefeito, disse em depoimento à polícia, segundo a reportagem do Correio, que os falsos médicos teriam sido contratados por telefone, como havia grande necessidade de profissionais, os que logo apareceram com referências de outros Municípios foram acatados e contratados para prestarem serviço nos finais de semana. Disse que não sabia que eram apenas estudantes e que não dispôs de tempo para fazer um levantamento junto ao CRM.

A nossa reportagem foi informada pela assessoria da Câmara Municipal de Paulista que logo após a constatação dos falsos médicos e a interdição do Hospital Municipal no dia 28 de Fevereiro pelo CRM, a secretária Ísis Dantas viajou para Bueno Aires, capital da Argentina para resolver problemas particulares e só retornou ao Município aproximadamente 15 dias depois.

Sete dos nove vereadores do Município abriram uma CPI para investigar a participação dos gestores na contratação dos falsos médicos, a Comissão é presidida da vereadora maria Laurenice.(foto)


Segundo os sete vereadores que propuseram a criação da CPI,(Foto) faltou tempo para a secretária verificar na internet se os profissionais que iam atender a população eram médicos ou não, mas não faltou tempo para a mesma sair do País para passear no exterior, o que é muito grave e um considerado um desrespeito com a população do Município que foi vítima dos falsos médicos durante um ano e oito meses.
Ainda segundo os vereadores, existe muitas contradições nos dicursos e depoimentos da secretária de saúde e do próprio prefeito, por isso se justifica uma investigação mais aprofundada sobre o caso, afirmou os parlamentares da oposição.

Da redação com Jornal Correio da Paraíba, edição do dia 24/04/11

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