quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Impunidade: Em fevereiro vai completar um ano do escândalo dos falsos médicos que atuaram em Paulista, saiba o que aconteceu com os envolvidos no caso

No próximo mês de fevereiro de 2012, vai completar um ano que a população de Paulista viveu o maior escândalo da sua história política.

Através do CRM (Conselho Regional de Medicina), atendendo a uma denúncia de um farmacêutico, da região, descobriu-se que dois falsos médicos estavam atuando no Hospital Municipal Emerentina Dantas, em Paulista.

Eles prescreviam medicamentos controlados e faziam procedimentos e atendimentos de urgências em toda população, como se fossem médicos habilitados.

O Hospital foi interditado pelo CRM e os falsos médicos foram denunciados à Justiça, após alguns dias, a administração Municipal conseguiu reabrir o Hospital e contratar médicos verdadeiros para atender à população de Paulista.


O Prefeito da cidade usou os meios de comunicação locais para tentar se explicar a população, disse que tinham sido contratado dois falsos médicos e que tinham prestado apenas três plantões médicos no Hospital local, tentou de todas as formas colocar a culpa do fechamento do Hospital na oposição local e em quem denunciou os falsos médicos, disse que quem denunciou deveria ter procurado a ele e não o CRM.

A secretária de saúde do Município que é filha do prefeito, também disse que não sabia de nada e viajou no dia seguinte ao acontecimento, para Bueno Aires na Argentina, segundo ela, para resolver problemas particulares.

Após alguns dias do acontecimento que chocou a população de Paulista e da região, vereadores de oposição descobriram, depois de fazerem uma minuciosa auditoria em documentos da Prefeitura, que os falsos médicos contratados pela administração eram em número de seis e não de dois como teria afirmado o Prefeito em entrevista à imprensa, e, que os seis falsários teriam prestado aproximadamente 58 plantões médicos no Hospital local, inclusive realizado exames de toque íntimo em mulheres, procedimento que só deve ser realizado por um profissional especializado.

Uma criança de 11 anos e uma jovem de 26, podem ter sido vítimas de um dos falsos médicos, depois de serem atendidos e medicados por ele no Hospital Emerentina Dantas, passaram mal, foram transferidos para outros hospitais e chegaram à óbitos em poucas horas.

O caso dos falsos médicos de Paulista teve repercussão nacional, sendo noticiado até pela Rede Record e Rede Bandeirantes de televisão, além, da maciça cobertura da imprensa paraibana, através da TV Paraíba e Tv Correio da Paraíba.

A Câmara Municipal, através de requerimento aprovado pela grande maioria dos vereadores, convocou o Prefeito e a secretária de saúde para prestarem esclarecimentos aos vereadores e à população, mas o prefeito e a secretária não compareceram à audiência. O prefeito alegou através de ofício que tinha compromisso pré agendado e não podia comparecer à Câmara, já a secretária de saúde, disse que estava viajando para Argentina para resolver problemas particulares.

Inconformados com o não comparecimento dos gestores, onde teriam a oportunidade de se defenderem perante a população de Paulista, sete vereadores, dos nove da Câmara, aprovaram um pedido de CPI para investigar o caso dos falsos médicos.

Após quatro meses de investigação e sob a Presidência do vereador Possidonio Fernandes, a CPI dos falsos médicos ouviu as secretarias de saúde e de finanças do Município, o ex secretário de saúde, enfermeiros do hospital e pacientes que foram vítimas dos falsos médicos, juntou dezenas de receitas prescritas pelos falsos médicos, inclusive, atestados, e concluiu os trabalhos aprovando o relatório final da CPI que apontou que houve negligência e omissão por parte dos gestores Municipais que contrataram os falsos médicos por telefone, segundo depoimentos das filhas do prefeito e não exigiram nenhum documento, além do CPF, para comprovar se os estudantes eram ou não médicos. Os gestores também confessaram em depoimento à CPI que nunca procuraram consultar se os CRMs apresentados pelos supostos médicos eram verdadeiros ou falsos.

O relatório final da CPI dos falsos médicos foi encaminhado para o Ministério Público da Paraíba, na pessoa do procurador Geral de Justiça, onde se encontra tramitando um procedimento administrativo para punir os envolvidos. Foi encaminhado também para o CRM e para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB).

A polícia civil também abriu inquérito para apurar o caso, todos os seis falsos médicos foram ouvidos, indiciados e depois liberados pela polícia para responderem o processo em liberdade por serem réus primários. 

Em todos os depoimentos dos seis estudantes de medicina, colhidos pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, através do delegado Roberto Barros, eles afrmaram que quem os contratou, sabia que os mesmos não eram médicos. Os gestores negam as informações dos estudantes de que eles sabiam.

Depois de passar um ano, até o fechamento dessa matéria, nenhuma punição concreta de fato, aconteceu para os envolvidos na contratação dos falsos médicos que aturam no Hospital de Paulista.

Os 46 mil reais pagos pela Prefeitura pelos 58 plantões médicos prestados de forma ilícita e criminosa, onde a população de Paulista foi usada como cobáia humana, nunca foram devolvidos aos cofres públicos.

As secretárias de saúde e de finanças do Município, ambas filhas do prefeito, mesmo confessando que não tomaram os devidos cuidados ao contratar os supostos médicos para atender à população, o que colocou em risco a vida de centenas de pessoas, nem se quer foram afastadas do cargo pelo prefeito, continuam comandando as pasta da saúde e das finanças Municipal, enquanto isso, familiares das prováveis vítimas dos falsos profissionais, ainda choram a perda dos seus entes queridos enquanto aguardam a justiça de Deus.

Da redação com assessoria.

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